Entenda com Paul Rand: Por que designer não é artista?
- Maycon Bartowski
- 14 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de jun. de 2023
No mundo do design, há uma distinção fundamental entre designers e artistas. Embora ambos trabalhem com criatividade e estética, suas abordagens, objetivos e resultados são distintos. Neste artigo, vamos explorar as perspectivas de renomados designers, como Paul Rand, sobre essa diferença e destacar declarações importantes de outras figuras influentes do design. Dito isso, proponho um pequeno mergulho nessa fascinante discussão sobre a natureza do design e da arte.

Primeiro, quem é Paul Rand na fila do pão?
Paul Rand foi um renomado designer gráfico americano, nascido em 1914 e falecido em 1996. Ele é considerado uma das figuras mais influentes no campo do design gráfico e foi um pioneiro no uso de formas simples e icônicas, bem como na aplicação de conceitos modernistas no design de marcas e logotipos.
Rand era conhecido por seu estilo minimalista e por criar identidades visuais marcantes e memoráveis para várias empresas e instituições. Alguns de seus trabalhos mais famosos incluem os logotipos da IBM, UPS, ABC e Westinghouse. Seu estilo inovador e abordagem única tiveram um impacto significativo no campo do design gráfico e continuam a ser referências até hoje.
Vamos começar pelo objetivo
Designers solucionando problemas, artistas expressando emoções. Paul Rand, conhecido por sua abordagem inovadora no design gráfico, enfatizou a importância de resolver problemas de comunicação visual de forma eficaz. Ele afirmou: "O design é a resposta a um problema. Arte é uma pergunta para um problema que não pode ser respondido". Essa declaração ressalta que o objetivo do designer é criar soluções visuais claras e diretas, atendendo às necessidades e expectativas de clientes e públicos-alvo. Em contraste, artistas frequentemente buscam expressar suas emoções, questionar e explorar questões subjetivas, sem restrições práticas.
Processo: Design orientado e estruturado,
arte intuitiva e subjetiva
Paul Rand destacou a diferença entre o processo de design e o processo artístico. Ele afirmou: "O processo de design é organizado, metódico, inteligente e objetivo, ao passo que o processo artístico é espontâneo, subjetivo e irracional". O design segue um processo mais estruturado, envolvendo pesquisa, análise, planejamento e execução, considerando restrições técnicas e requisitos práticos. Em contraste, artistas têm mais liberdade para seguir suas intuições e explorar abordagens subjetivas.
Resultado: Design eficaz vs. impacto emocional da arte
Enquanto o design é avaliado com base em sua funcionalidade e eficácia na comunicação da mensagem desejada, a arte é frequentemente avaliada por seu impacto emocional, expressividade e valor estético. Rand afirmou: "Design é a relação entre forma e conteúdo. Arte é a relação entre forma e emoção". O sucesso de um design é medido por sua capacidade de atender aos objetivos estabelecidos e se conectar com o público-alvo, enquanto a arte busca evocar sentimentos e oferecer uma experiência estética única.
Design é solução, arte é expressão!
Enquanto designers buscam solucionar problemas de comunicação visual de forma eficaz e direta, artistas expressam emoções e questionam o mundo através de sua criatividade. Essa visão é compartilhada por figuras influentes do design, como Paul Rand, cujas declarações ilustram a importância do design funcional e do impacto emocional da arte. Ao entender essa distinção, podemos apreciar a singularidade e a contribuição de cada disciplina para o mundo criativo.
O que se precisa ter em mente, é que design é solução, qualquer profissional da área tem como dever compor uma estratégia de solução visual, seja um designer gráfico, um designer de moda ou até mesmo um motion designer.
Um exemplo adicional de uma figura importante do design que concorda com a distinção entre designers e artistas é Massimo Vignelli, um designer gráfico italiano conhecido por sua abordagem minimalista e por criar designs atemporais e de grande impacto visual.
Vignelli compartilhou a opinião de que o design é uma disciplina voltada para resolver problemas específicos, enquanto a arte é mais livre e subjetiva. Ele afirmou: "O design é uma profissão orientada por objetivos, que visa atender às necessidades do cliente e do usuário. A arte, por outro lado, é um meio de expressão pessoal".
Essa visão de Vignelli reforça a ideia de que o design tem uma função prática e está enraizado em um contexto objetivo, ao passo que a arte é mais autônoma e pode ser uma expressão pessoal ou explorar conceitos subjetivos.
Com a concordância de figuras notáveis como Paul Rand e Massimo Vignelli, podemos perceber a consistência dessa distinção e a importância de compreender a natureza única do design e da arte como formas de expressão criativa.
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